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- Autoridade, Liderança e Poder: a tríade em crise (A3)

Os inúmeros episódios que vêm ocupando espaços na mídia nacional têm revelado sérios conflitos de poder, evidenciando uma crise generalizada de autoridade e liderança em nosso país.

Abordados, de forma superficial, em nosso artigo anterior, autoridade, liderança e poder são fenômenos inerentes à dimensão política do dia-a-dia de um gestor organizacional. A par das dimensões administrativa (envolvendo planejamento, organização, direção, coordenação e controle), técnica (conhecimento de sua área de atuação) e interpessoal (comunicação, conflito, negociação etc.), qualquer gestor, seja qual for o nível ocupado na escala hierárquica, deve preocupar-se, também, com a dimensão política de sua função, que diz respeito ao “mundo das relações”. Sabe-se que política, na verdadeira acepção do termo, é a “arte da boa convivência”. O homem, além de um ser social, é também um ser eminentemente político, na medida em que suas relações com os demais seres humanos são de influenciação mútua, ou seja, relações de poder. A seguir, fazemos algumas incursões teóricas a respeito dos fenômenos atrelados a essa dimensão tão importante na vida dos gestores.

AUTORIDADE
Constitui atributo fundamental a todos aqueles que, numa organização, são responsabilizados por coordenar os esforços de outras pessoas. Com esse enfoque, a autoridade pode ser conceituada como o direito que legitima a emissão de ordens em nome da organização, obrigando a seu cumprimento todos aqueles que dela fazem parte. Em outras palavras, autoridade é o poder formalizado com respaldo na estrutura legal e definição de responsabilidades organizacionais.

Ao assumir uma função de gestão, o profissional está sendo investido de uma autoridade outorgada pela instituição, por meio da qual exerce o comando e o controle das ações a serem desenvolvidas por seus colaboradores. Trata-se, pois, de uma espécie de “alvará” outorgado a alguém no exercício de um cargo ou função de comando, para exercer o poder de tomar decisões que condicionam o comportamento de outras pessoas.

De forma simplificada, pode-se afirmar que autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de bom grado o que você deseja que seja feito, em decorrência de sua influência pessoal. Por envolver relação entre pessoas, algumas qualidades de caráter devem ser consideradas essenciais para o exercício de autoridade, como, por exemplo: honestidade, confiabilidade, bom exemplo, respeito, comprometimento, ser bom escutante etc. Releva observar que essas qualidades são formas de comportamento e, como tal, comportamento é escolha individual

LIDERANÇA
Constitui um fenômeno relacional, ou seja, um processo que depende da relação estabelecida entre duas ou mais pessoas, e não um atributo de algum indivíduo em particular. Entende-se que, sempre que duas ou mais pessoas reúnem-se com um certo propósito, há uma oportunidade de exercitar a liderança. Dessa forma, exercer a influência sobre os outros, que é a verdadeira LIDERANÇA, está disponível para todos, mas exige uma grande doação pessoal.

No contexto organizacional, LIDERANÇA deve ser vista como a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem motivadas, de forma a atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

Quando investidos de autoridade formal, é importante que os gestores reflitam sobre a grande responsabilidade (RESPOSTA + HABILIDADE) que assumem ao optarem por ser líderes formais. O grande desafio para o líder é: como envolver as pessoas do “pescoço para cima”, isto é, como receber, de forma ótima, suas idéias, confiança, criatividade e excelência do trabalho, que são, por definição, dons voluntários? Liderar é conseguir que as coisas sejam feitas por meio de pessoas. E sempre haverá duas dimensões em jogo: tarefa e relacionamento. Líderes bem-sucedidos têm a capacidade de construir relacionamentos saudáveis. Isto se deve, em grande parte, ao estilo - maneira encontrada para relacionar-se com outra(s) pessoa(s)) - adotado, que se materializa no comportamento mantido em seu dia-a-dia como gestor.

Por fim, além de relacional, a LIDERANÇA também se caracteriza como fenômeno situacional, na medida em que a circunstância (situação) vai determinar o surgimento do líder, na maioria das vezes provocado pela experiência anterior obtida.

PODER
Constitui fenômeno inerente à existência do homem e representa, para ele, motivo permanente de preocupação e análise.

As primeiras concepções de registro histórico sobre poder concebem-no como algo mágico, como um dom sobrenatural que daria a alguns privilegiados a capacidade de conduzir as massas, de dirigir destinos.

Pesquisas no campo das ciências sociais têm evidenciado, nas últimas décadas, que o poder não existe como objeto isolado, não sendo, portanto, algo passível de ser possuído ou guardado por alguém. O que existe, na verdade, são RELAÇÕES DE PODER, ou seja, só podemos conceber o poder quando duas ou mais pessoas relacionam-se, influenciando-se mutuamente.

Há, na prática, dois tipos de relação: simétrica (quando A influencia B e B influencia A, havendo alternância de poder) e assimétrica (quando só A influencia B, resultante de algum tipo de diferença entre os dois). Essas relações manifestam-se de diversas maneiras, como: persuasão, sugestão, dominação, coibição, orientação e imposição, entre outras.

A capacidade de influenciação de um indivíduo sobre outro fundamenta-se em alguns fatores que constituem as bases de poder, a seguir descritas: especialização (habilidade técnica), legislação (dispositivos legais), informação (posse de ou acesso a), conexão (rede de influência), punição ou recompensa (capacidade de infligir danos físicos, materiais ou psicológicos) e referência (atributos pessoais).

O poder fundamenta o exercício da liderança (influência interpessoal), dando caráter de legitimidade às ações do gestor, e, em forma de função de gestão (autoridade institucional) é-lhe outorgado, dando-lhe, legalmente, o direito de representação e comando sobre os colaboradores.

A prática de relações saudáveis e cada vez mais duradouras deve ser a preocupação constante daqueles que atuam como gestores, por meio da busca de equilíbrio entre a legalidade, assegurada pela organização, e a legitimidade, que só pode ser conferida pela maneira como se exercita a influência interpessoal existente nas equipes de trabalho.
No próximo artigo vamos aprofundar o papel do gestor ou líder formal enquanto um Facilitador de Aprendizagem organizacional.

ALBERTO LOPES DA ROCHA
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