Quem Somos Eventos de Sucesso Consultorias Gestão de Negócios Fale Conosco
Artigos Agenda
Home



- Conflito: Reflexões Sobre as Formas de Abordagem (A2)

No artigo anterior tratamos de apresentar alguns aspectos teóricos sobre o fenômeno do conflito, com o compromisso de trazer algumas situações simuladas que nos permitirão uma melhor compreensão das maneiras como se abordam os conflitos e dos reflexos que determinado comportamento pode trazer à aprendizagem organizacional. Vamos às situações?

SITUAÇÃO SIMULADA 1
- Carmem (colaboradora): O senhor não acha, Sr. Rosalvo, que o clima de trabalho está ficando bem negativo?
- Rosalvo (gestor): Saiba, Carmem, que me recuso a admitir o clima interno dessa maneira como você o percebe. Entendo que, com todos os benefícios concedidos pela empresa, as pessoas aqui devam preocupar-se fundamentalmente em produzir bem.

Crença disfuncional: “Estou fechado e não abro!”
Comentários: sabe-se que, na maioria das vezes, o conflito “rejeitado” tende a reaparecer com mais intensidade. Alguns gestores optam por essa forma, quando as conseqüências decorrentes sejam insignificantes (para ele, gestor).

SITUAÇÃO SIMULADA 2
- Lincoln (colaborador): Sinto, Chefe, que minhas sugestões não foram consideradas quando se reviu o layout de nosso setor! Fiquei numa posição ruim e, ademais, o sol, à tarde, bate em cheio em minha mesa.
- Noeli (gestora): Lincoln, nos últimos tempos venho observando que você tem se melindrado com pouca coisa! Para contornar o problema, vamos solicitar a colocação de uma cortina na janela.

Crença disfuncional: “Você é mestre em fazer tempestade num copo d’água!”
Comentários: nesse caso, a causa do conflito (as sugestões de Lincoln não foram consideradas por Noeli) não desaparece. O caminho do “disfarce” acaba gerando conseqüências prejudiciais ao trabalho.

SITUAÇÃO SIMULADA 3
- Beatrice (colaboradora): Este ano, Sara, coloquei na escala de férias meu período para
16/12/2005 a 15/01/2006.
- Sara (colaboradora): Muita coincidência, Beatrice, pois também pretendo utilizar as férias no mesmo período. Creio que vamos ter de negociar com o Chefe!
- Maurício (gestor): De maneira alguma vocês poderão sair em dezembro, mês em que a
demanda de serviços aumenta significativamente. Aqui, quem define o período em que os funcionários vão gozar férias sou eu!

Crença disfuncional: “Nem vem, que não tem. Aqui, o manda-chuva sou eu!”
Comentários: a postura autoritária (agressiva) de Maurício (gestor) pode provocar ressentimento e insatisfação em Beatrice e Sara, caindo seus níveis de participação e comprometimento no trabalho.

SITUAÇÃO SIMULADA 4
- Jussara (assessora): Diretor, estou querendo aproveitar o feriado da próxima quinta-feira para utilizar uma folga na sexta-feira e, assim, viajar até o Rio de Janeiro para rever meus familiares. Afinal, tenho seis folgas em aberto!
- Ciro (diretor): Quero que você compreenda, Jussara, que as solicitações estão cada vez mais intensas a nossa diretoria. Para que falte na sexta, é preciso que trabalhe até mais tarde na quarta-feira a fim de poder concluir aqueles dois relatórios pedidos. O jeito é enforcar a Faculdade, à noite, para que tenha condições de cumprir o compromisso.

Crença disfuncional: “Toma lá, dá cá!” ou “É dando que se recebe!”
Comentários: é comum essa forma de abordagem (acordo ou barganha) tornar-se ineficaz em função do baixo grau de comprometimento de cada parte em relação à outra ou ao assunto.

SITUAÇÃO SIMULADA 5
- Flávio (Diretor): Convoquei esta reunião para revelar-lhes a grande preocupação que
tenho com a falta de integração dos departamentos sob a chefia de vocês. Tenho informações de que os conflitos vêm se sucedendo, com uma séria concorrência entre funcionários das duas unidades, provocando desgaste da imagem da Diretoria de Administração. Reconheço minha falha nesse processo, mas, com a ajuda de ambos, desejo encontrar uma solução ótima para o caso.
- Hugo (gestor): Como chefe do Departamento de Planejamento, sinto, também, que não venho colaborando para a melhoria da situação. Assumo neste momento o compromisso de, pessoalmente ou junto a minha equipe de colaboradores, rever os pontos de vista.
- Sato (gestor): Na chefia do Departamento de Desenvolvimento e Treinamento, encontro-me totalmente absorvido pela dinâmica organizacional e não venho priorizando reuniões de trabalho com minha equipe. Estou ciente de que o clima na área de administração não é dos mais positivos, mas tenho certeza de que somos bastante competentes para “dar a volta por cima”. Desde já, coloco-me à disposição para contribuir no que for preciso.

Crença ideal: “Afinal, estamos no mesmo barco. Temos que ser competentes para
buscar uma solução ótima para todos!”
Comentários: a “integração” torna-se viável quando todos os envolvidos estão dispostos a rever pontos de vista, a fim de propiciar a melhor solução dos problemas. Nesse tipo de gestão do conflito, a ênfase situa-se não só na solução do problema, mas também na criação de um clima que permita aceitação e expressão de sentimentos, idéias e percepções. Os especialistas consideram-na a forma ideal de gerir conflitos

Gostaríamos de convidá-lo(a) a rápidas reflexões em torno dos casos apresentados:
- sinceramente, você acredita que Rosalvo, Noeli, Maurício e Ciro, principais gestores
(líderes formais) nas quatro primeiras situações, buscaram administrar as divergências de forma adequada?
- na realidade, exercitaram simplesmente a “autoridade” outorgada pela Organização, valendo-se do “poder” legal que possuem, ou procuraram influenciar transformadoramente (habilidade de “liderança”) seus colaboradores diretos, como legítimos Facilitadores de Aprendizagem?
- qual o custo afetivo (intangível) das decisões tomadas? e
- contribuíram, de alguma forma, para a melhoria da qualidade das relações profissionais?

Se observarmos, atentamente, Flávio, como Diretor, foi mais cuidadoso na administração do conflito retratado no caso cinco: primeiro, admitiu a “mea culpa”, como líder hierárquico superior; e segundo, procurou envolver os dois gestores (Hugo e Sato), fazendo com que se comprometessem (processo interno de adesão) com a busca de uma solução ótima para a Organização – responsabilidade dos três líderes.

Com isso, não temos dúvida em afirmar que as decisões a que chegarem em conjunto levarão a Instituição a um estágio superior àquele em que se encontrava antes da resolução do problema, o que representa o salto qualitativo (aprendizagem organizacional) proporcionado pela “integração”, última forma de abordagem do conflito.

A intenção jamais foi encontrar “culpado”, como, às vezes, acontece, mas sim definir como cada um poderia colaborar para que, juntos, eliminassem as causas do problema e, assim, pudessem sentir-se “vencedores” (paradigma ganha-ganha da interação humana).

Autoridade, Liderança e Poder, fenômenos tão importantes na vida dos gestores, que, de certa forma, só arranhamos neste trabalho, serão focados com um pouco mais de profundidade no próximo artigo, para cuja leitura todos já estão convidados. Não percam!

ALBERTO LOPES DA ROCHA
Email: arocha58@yahoo.com.br



 

Email: armando@pensareweb.com.br
Tel: (41) 3026-4616 - (41) 9996-8007